terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O MAIS PROFUNDO ABISMO



Partir longe           perto do mais profundo precipício
passamos uma vida (quase inteira) à procura do Amor

Uma vida (quase inteira)       desconhecendo
o ardil proveniente do pré-conceito original

Vivemos no interior de um poema (prometido)
Deslumbrados em seu esplendor (conceptual)
Ignorando sua evidente desordem 
Sem perceber que todo o verso tem um propósito
E seu (primordial) intento é prender-nos por dentro


Partir longe        pertíssimo da mais longínqua ruína

Lentamente   uma árida realidade irrompe   (sempre)
E   de repente   a luz é insuficiente
Quando  incessante   sucede a vez e a espera
Enquanto o tempo se distende   em vésperas
Enquanto  descrente  o corpo sucumbe ao rumor ausente


Partir longe        antecipando o mais abrupto abismo

Vivemos incansavelmente no interior de um poema (prometido)
E um fogo quase extinto alumia tal frágil utopia

                                                        uma vida quase inteira

domingo, 4 de fevereiro de 2018

TEMPO


Se vos disser que o tempo se esvai, Subitamente
E que, de Súbito,
Ao tempo, Suavemente vertiginoso,
Se unirá o temor de o perder