Dito por Jorge Pereira, companheiro de incursões poéticas, a quem agradeço o privilégio
Do amor impossível digo ser visível sua inevitabilidade
Como extrair a rara luz da luz exacta
Do amor impossível diz-se invisível sua inevitabilidade
Como te dizer deste amor intransparente, que, sendo evidente, visível não é
Como incandescer tal translúcida chama
O amor é sempre imprevisto, sempre surpreendente, sempre-sempre indeclinável
Como negar a incerteza que se oculta na tua necessidade
Sinto-te num sonho profundo, memória num tempo-porvir, espera sem sequer suceder
Do amor impossível diz-se visível sua impossibilidade
Da descrença e das suas invisibilidades ocupam-se os passos das sombras
Num desvendar de névoas desnudo tua claridade, corpo-contraluz contendo minha densa escuridão
Do amor impossível digo ser visível sua inevitabilidade
Como contradizer este luminar sentir